“Eu, João, estava em um restaurante com a minha filha amada, Ana, de 9 anos.
Estávamos na mesa favorita deles quando um casal entrou no restaurante.
Sabe aquele tipo de casal que você olha e diz: Ah, eles estão apaixonados!
E eu, divorciado, desviei o olhar e tentei não ficar olhando para aquela cena. Mas a minha filha continuou a olhá-los como se aquela cena fosse a de um filme de cinema. Eu tentei conversar com ela sobre outras coisas, a escola, o balé, os amigos, mas ela não estava me ouvindo. Ela continuou olhando para eles.

Então, ela virou-se para mim e fez a pergunta mais temida que pode ser feita a um pai divorciado: O que aconteceu com você e a mamãe?
A mãe dela e eu nos apaixonamos perdidamente depois da faculdade, aquele tipo de amor que deixa uma marca no seu coração.

Nós nos casamos e tivemos a linda Ana. E então começamos a brigar. Nós discordávamos de tudo. E as brigas levaram à raiva, a raiva levou a comentários que feriam e nós nos tornamos os piores parceiros. E eu não aguentei e fui embora.

Mas eu poderia dizer isso para a minha filha de 9 anos? Não!
Eu apenas disse: Algumas pessoas não foram feitas umas para as outras.
Então ela me disse: Por que você nunca encontrou outra pessoa?
A mãe dela tinha encontrado um outro parceiro, então, eu era o esquisito por estar sozinho. Eu nunca pensei que aquilo fosse importante para a minha filha, nem me passava pela cabeça que ela queria ouvir a verdade. Eu disse que estava bem sozinho. E eu lidei com o fato de estar sozinho de uma maneira terrível: coloquei toda a minha energia no meu trabalho e na minha filha. Mas eu não podia dizer aquilo para ela. Disse que não tinha tempo para relacionamentos. Eu tinha tanto medo de ser rejeitado que eu nem mesmo tentava encontrar outra pessoa.

Falei para Ana que ela era a única garota para mim. Foi quando a minha filha olhou para mim completamente séria e disse: Eu sei que você está mentindo, papai.
Meu coração parou. Eu não podia acreditar no que ela tinha dito. Eu achei que a estava enganando, mas eu estava enganando a mim mesmo. Ainda tentei me explicar dizendo que foi difícil depois que a mãe dela e eu tínhamos nos separado, e que eu não era bom em namorar pessoas e achava que não tinha muito a oferecer.

Ana me olhou imperturbável e disse: Papai, como você pode me ensinar a amar se você não consegue se amar?
Isso foi como uma facada no meu coração.
Como posso ensiná-la a amar se eu nem mesmo consigo me amar?
Com a sabedoria dela, ela me ensinou onde eu estava falhando.
Se eu tivesse verdadeiramente me amado, eu poderia ter amado a minha esposa.
Cada briga que eu tive com ela, foi porque eu não conseguia me aceitar completamente.
Minha felicidade dependia do amor da minha esposa. Mas isso estava errado…”

Para amar alguém, precisamos amar a nós mesmos.
Amar a nós mesmos, nos aceitarmos como somos. Somente assim nos sentiremos completos e não procuraremos em outra pessoas, sentimentos que não temos por nós mesmos.
Não importa quem somos, o que passamos na vida, de onde viemos.
Nós podemos decidir hoje amar a nós mesmos, porque somente assim estaremos livres para amar.
Respeitemos e aceitemos a nossa história que nos possibilitou ser o que somos. E não somos melhores ou piores por causa dela.  Só assim conseguiremos nos amar…

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