Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado
Décima Oitava Parte
*Walter de Oliveira
Iniciamos este artigo com o obrigatório agradecimento às elogiosas manifestações de nossos leitores sobre esses fragmentos. Embora não as mereçamos, elas muito nos confortam e nos estimulam no prosseguimento deste trabalho, cujo escopo é a útil e necessária preservação da memória do município e um pleito de honra à “força, coragem, bravura e valentia dos nossos pioneiros”, conforme dito pela nossa leitora (jornalista e advogada) Cacilda Camargo, de Curitiba. Foram eles, – os nossos pioneiros – que escreveram as primeiras páginas da nossa história. À oportunidade, agradecemos a feliz observação da leitora Marta Helenice Nardon Gôngora, sobre havermos dito que Paulo Cabral (gerente da Caixa Econômica no início dos anos 1950) seria avô do vereador Tiago Fraxino de Almeida, o que foi um nosso engano, pois isso não corresponde à realidade.
Voltando à listagem daqueles que primeiro aqui se ocuparam da compra e benefício de café, vamos encontrar:
f) M. A. da Silva e Cia. Ltda., empresa à qual e até que nos chegue alguma informação, nada temos a acrescentar.
g) Marcelino Alves Ferres (citado por Medina como Alves Torres). Estabelecido na Avenida Bandeirantes, onde até pouco tempo funcionou a Serralheria Avenida, Marcelino foi um pioneiro, que embora não fosse dos maiores no ramo, era dos mais conceituados e dos mais procurados pelos agricultores. Por conhecimento pessoal, destacamos o fato de que ele tinha por seu braço direito nos negócios, o seu cunhado José da Silva, nosso vizinho de formação de café nos anos 1943/1948, e recentemente falecido. Marcelino foi casado com dona Eliza da Silva Ferres, com quem teve os filhos Marcelina, Álvaro e Luiza.
h) Moura, Carvalho e Cia. Ltda. Eram sócios dessa empresa, o seo Hermínio Guedes de Moura, Amável Ligeiro de Carvalho e Luiz Meneghel (que ainda não era comendador). Embora tenhamos nos esforçado muito, não conseguimos ficar sabendo o local de funcionamento da empresa. Hermínio foi casado com dona Maria Peres de Moura, com quem teve os filhos José Marcos (já falecido e que foi Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná), João Alberto e Maria Amália. Amável Ligeiro de Carvalho foi casado com Dona Maria de Carvalho e tiveram os seguintes filhos: Walter e Neide. Luiz Meneghel foi casado com dona Maria Luíza Bertho Meneghel e tiveram os filhos Paulo Antônio, Edelina. Augusta, Serafim, Dolindana, Daniel, Mafalda, Diácono Gamaliel, Mariza e Antônio Luiz.
i) Quagliote e Souza. Dessa empresa, a única coisa que conseguimos adiantar (por lembrança nossa) é que ela funcionava na antiga avenida Marechal Floriano Peixoto (hoje Benedito Leite de Negreiros), numa parte do prédio onde hoje se acha instalada a fábrica de calçados Butiban.
j) Roberto Castellani, mencionado por Medina como “Castelan”. O erro de Medina se estende também à atividade de Castellani, que a exemplo de seu irmão Irineu, tinha um mini caminhão de rodado simples e se dedicava ao transporte de café, da zona rural para a cidade.
k) Sasatani, Ueno e Cia. Ltda. Composta pelos sócios Shiniti Sasatani e os irmãos Massato Ueno e Kenji Uyeno, essa empresa foi das mais importantes do município em termos de compra, beneficiamento e venda de café. O sócio Sasatani morava em São Paulo e se ocupava das gestões para vendas aos comissários exportadores. Os irmãos Massato e Kenji moravam em Bandeirantes, de onde comandavam as compras de café “in natura”, que era beneficiado e “provado” pelo paladar de técnicos especializados, que não podiam ser fumantes e nem ingerir bebidas alcoólicas. Após isso, ensacado, o café seguia por estradas de terra, para os portos de Santos, Antonina e Paranaguá. O escritório da empresa foi, por um longo período, na atual rua Prefeito José Mário Junqueira, no prédio onde é hoje o Restaurante Kojó. A máquina de beneficiamento era na atual rua Guilherme Sachs, esquina com a Avenida Bandeirantes, no prédio onde se acham hoje a revenda dos filtros de água Purific e a oficina de balanceamento e alinhamento de rodas. Posteriormente, ali ficou sendo o escritório e a máquina de beneficiamento foi instalada na Avenida Bandeirantes, onde hoje se acha a Alpha Editora. Esse prédio foi atingido por um incêndio ainda em 1963 e a empresa continuou com as suas atividades de beneficiamento na máquina de café da Fazenda São Luiz (antiga Fazenda Ladeira), e que foi cedida por Luiz Meneghel, até a recuperação do prédio sinistrado. A empresa, primeira a comprar e beneficiar café dos sitiantes, chegou ao ponto de receber até 80% do café produzido por eles, nos contou Kenji Uyeno em entrevista (gravada) que nos concedeu. Tal era a credibilidade dessa empresa, que a grande maioria desses sitiantes entregava a sua produção, recebia uma “caderneta” tipo conta corrente, e ia retirando o dinheiro à medida das suas necessidades. Nosso pai, Luiz de Oliveira, foi um desses pequenos produtores que faziam isso. Shiniti Sasatani foi casado com dona Chiya Sasatani, com quem teve os filhos Alzira, Sílvio e Carlos. Massato Ueno foi casado com dona Teroko Ueno e o casal teve os seguintes filhos: Dirce, Ely e Fernando. Kenji Uyeno casou-se com dona Zelinda Uyeno e foram pais de Mauro e Margarida.
(continua…)
* Walter de Oliveira, 89, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932