Fragmentos da Nossa História:

Os Pioneiros, por ramo de atividade no povoado (De 1930 a 1950)

Trigésima Primeira Parte

*Walter de Oliveira

De volta ao trabalho de resgate da nossa história, continuamos listando os pioneiros do povoado e da cidade nos anos de 1930/1950, do ramo de farmácias.

Assim, vamos encontrar na letra f) a Farmácia São Paulo, sobre a qual e coincidentemente a leitora Antônia Aparecida Claudino nos diz no Facebook, que a senhora sua mãe se lembrava dela. Pois bem, fundada pelo pioneiro José Parrila, essa farmácia ficava na atual Avenida Comendador Luiz Meneghel, no lugar em que hoje se encontra a atual Farmácia Bandeirantes, que nada tem a ver com sua homônima e que foi fundada pelo pioneiro Antônio Alves de Souza. Retornando à sua terra, a cidade gaúcha de Cruz Alta, José Parrila vendeu a farmácia a Sebastião de Souza Guerra (irmão do médico Ilton Guerra) e isso já na década de 1960, após o período dos pioneiros. O pioneiro José Parrila foi casado com dona Olisa de Toledo Parrila. Ignoramos, todavia, se o casal teve ou não descendentes.

g) Farmácia Moderna. De pouquíssima lembrança, essa farmácia foi fundada pelo pioneiro Jorge Moreira, que anos depois vendeu-a para o também pioneiro Hugo Abdalla (tio da professora aposentada Renata Abdalla). O pioneiro Jorge Moreira, mudou-se para a cidade de Cianorte, região oeste do estado, onde foi duas vezes eleito prefeito. Jorge Moreira foi casado com uma mulher que nos lembramos apenas que era chamada por dona Flor e não dispomos de informação sobre a existência ou não de filhos do casal. O pioneiro Hugo Abdalla mudou-se para São Jorge, distrito de São Miguel do Iguaçu, onde seguiu com o mesmo ramo. Ele foi casado com dona Nair Noqueli Abdalla e o casal teve os filhos Denise e Roberto.

h) Farmácia São Bento. Fundada pelo pioneiro Francisco Teixeira Ribeiro, mais conhecido por “seo Teixeirinha”, a Farmácia São Bento foi fundada em 1943 na esquina oposta ao lugar em que se encontra hoje (esquina da Avenida Comendador Luiz Meneghel com a rua Eurípedes Rodrigues). Era uma casa de madeira que foi extinta num incêndio. Diplomado em 1934, ele se iniciou no ramo de farmácia sob a orientação de seu tio, o renomado farmacêutico cambaraense, Manoel Teixeira e no sobredito ano, veio para Bandeirantes juntamente com o outro pioneiro, Dino Veiga, já listado. Inicialmente sócios, mais tarde separaram a sociedade e seguiram no mesmo ramo. Teixeirinha, conta-nos o seu filho – o bioquímico Juarez Orígenes Teixeira – teve como companheiro de faculdade o fundador da farmacêutica EMS, mundialmente conhecida. Uma vez em Bandeirantes, Teixeirinha aqui se plantou e firmou raízes, como ainda hoje vemos na sua numerosa, operosa e exemplar descendência. Para além da sua eficiente e brilhante atuação na atividade que abraçara, ele teve atuação de destaque em outros campos da vida na cidade, como detalhado será em nosso livro. Casado com dona Palmira Teixeira, o casal teve os seguintes filhos: Francisco, Juarez Orígenes, Joaquim, Huberto, Ana Maria, Luiz, Terezinha, Palmira, Maria Inês, João Guilherme, Fulton Carlos, Elisabeth, Izilda, Magnoaldo, Antenógenes e Heloísa.

i) Farmácia Fazenda Carvalhópolis. Como visto e uma vez listadas todas as farmácias pioneiras do povoado e da cidade, listaremos agora as duas pioneiras situadas na zona rural. Fundada por Sebastião Custódio Alves, já listado como pioneiro em nosso artigo anterior, essa farmácia se situava na fazenda que lhe emprestara o nome e que era propriedade de Ângelo Pavan, o maior produtor individual de café do município, de todos os tempos. As farmácias instaladas nas fazendas foram de grande utilidade, não só por satisfazerem as demandas dos seus empregados, mas também por atenderem à população a elas adjacentes; quantas vezes essas pessoas se deslocavam à distância de 10 a 15 quilômetros até a cidade para comprar um simples, mas imprescindível, medicamento. Além do pioneiro seu fundador, a farmácia da Fazenda Carvalhópolis, teve ainda o pioneiro Tsutomu Miyoshi, também conhecido por “Miyoshinho”, figura de grande destaque e estima, sobretudo na numerosa e valorosa colônia japonesa aqui radicada e que tanto ajudou para que Bandeirantes chegasse ao ponto que chegou. O pioneiro Tsutomu Miyoshi foi casado com dona Hisako Iamashita Miyoshi e o casal teve o filho Edson (engenheiro eletrônico) e também uma filha, cujo nome não ocorreu ao nosso ilustre informante, Júlio Arai, mas que certamente constará de nosso livro.

j) Farmácia Nomura. Essa farmácia se situava na Fazenda Nomura, ainda hoje – afora a usina de açúcar e álcool – a maior extensão de terras de uma pessoa jurídica em nosso município. Dessa farmácia podemos informar, por ora, aquilo que nos passou o nosso amigo Laércio Malaquias (consagrado compositor sertanejo, sob o pseudônimo de Marcus Paulo Tim, nascido na Fazenda Nomura e hoje radicado em Londrina). Contou-nos Laércio que se lembra de que ali (na farmácia) trabalhavam, dentre outros, Aristides Damião, Shigueru Morishita, Gilberto (que trabalhou também na Farmácia São Bento), Aparício Tonin, Eduardo e Walter, de sobrenomes que desconhece. Maiores informações, se conseguidas, dá-las-emos em nosso livro.

(continua…)

* Walter de Oliveira, 90, articulista desta Folha, é bandeirantense, nascido em 1932