“E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” Matheus 7:3-5 A intenção aqui não é fazer nenhuma apologia religiosa, e sim, usar essa frase como ilustração sobre o tema.
Quando uma pessoa julga, está emitindo uma opinião, um parecer sobre uma situação, sobre uma pessoa. Muitas vezes, o julgamento diz muito mais sobre quem o emite do que sobre quem está sendo julgado, sobre questões mal resolvidas que a pessoa tem dificuldade em lidar.
Cada um vê o mundo de acordo com as suas crenças, valores, princípios, e esse mundo interno é muito particular. Não se trata de certo/errado, bom/mau. Trata-se de ver a realidade não como ela é, mas como nós somos. Logo, o que serve a mim como uma diretriz para caminhar pela vida, pode ser totalmente inapropriado para outra pessoa. E não cabe a mim dizer: Você tem que ser assim, você tem que fazer dessa forma, isso é errado, isso é certo.
Tudo tem um contexto. E é por isso que num ambiente terapêutico ou jurídico, na maioria das vezes, não somente o indivíduo é levado em conta, mas também o contexto no qual ele está inserido, a história de vida, e muitos outros elementos que o colocam na atual situação. Caso isto não ocorra, o risco de fazer uma leitura errada sobre a pessoa, é muito grande e eu diria até, desastrosa.
Todos nós temos “lentes”, através das quais enxergamos o mundo ao nosso redor.
Uma situação inofensiva para uma pessoa, pode parecer ameaçadora para outra. O bom/mau, certo/errado, podem ter diferentes interpretações.
“Todo ponto de vista é a vista de um ponto” (L. Boff).
Eu poderia colocar aqui outras citações para mostrar que a nossa opinião ou julgamento é o nosso ponto de vista, e desta forma, reflexo do que somos.
Quantos coisas acontecem por aí, que nos deixam perplexos? Sim, ficamos perplexos porque as nossas “lentes” nos levam a isso.
O que pode nos ajudar um pouco a não cometer julgamentos desnecessários é olhar o mundo ao nosso redor com mais empatia, que é a capacidade de compreender os outros do ponto de vista deles, no contexto deles, usando as “lentes” deles. Isso nos tornaria mais compassivos e amorosos.
Quem aqui precisa levar pedradas de pessoas com telhados de vidro?

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