O joio é muito citado em parábolas bíblicas como a nossa parte sombria, nosso lado que não gostaríamos que existisse e que todos nós temos, nossas dificuldades.
É uma erva daninha que compete com o trigo pelos mesmos nutrientes do solo, sendo muito parecidos no início, diferenciando-se somente na fase adulta, sendo que o consumo do joio pode ser tóxico para os humanos. A frase citada no título fala basicamente sobre duas ideias.

A primeira delas é sobre a facilidade em enxergar defeitos nos outros, nossos próprios defeitos. E aqui podemos comparar com uma frase bíblica: “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?” (Mateus 7:3)

Vocês já repararam como nós nos incomodamos com os nossos defeitos projetados nos outros? Claro que na maioria das vezes não temos consciência disso. O que eu não tolero no outro pode ser uma grande dificuldade em mim.

Às vezes, aquilo que consideramos um defeito em alguém, pode não ser um defeito e sim, uma dificuldade que eu tenho em aceitar que o outro é diferente de mim, tem outra história de vida, vive em outro contexto, tem outras experiências que o levam a agir e se comportar de forma diferente.

A outra ideia é sobre querer mudar os outros ou fazer as coisas por eles pensando que estamos ajudando. Aqui há um grande equívoco porque ninguém muda ninguém.
Quantos relacionamentos pessoais ou profissionais acabam prejudicados porque temos essa ilusão de que o outro deve mudar, enquanto nós podemos permanecer na nossa zona de conforto? Não se trata nem de um estar certo e o outro errado, mas de considerar que as pessoas são frutos de contextos diferentes, e por esta razão, pensam e se comportam de formas diferentes. Outro grande equívoco é fazer as coisas pelos outros. A nossa prioridade é nos encarregar da vida que nos foi confiada. Se pudermos conduzi-la bem, seremos capazes de expandir os nossos potenciais e assim, provocar mudanças no mundo com a nossa particular contribuição.
Quantas vezes, para proteger os nossos filhos ou pessoas que nos são caras, acabamos fazendo coisas por eles, protegendo-os, carregando fardos que não são nossos? Qual a mensagem subliminar que passamos ao fazer isso? “Deixa que eu faço, deixa que eu te protejo porque você não é capaz!”.

Isso reforça a insegurança, a baixa autoestima, a sensação de incapacidade e o medo.

A cada um de nós é concedido características, talentos, que formarão um conjunto que nos tornará capazes de realizar coisas que só nós poderemos fazer, a “nossa forma” de caminhar pela vida e tocar a alma das pessoas. E esse caminhar pela vida será feito com os nossos próprios pés, ainda que precisemos de apoio em muitas situações.

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