Provavelmente você já ouviu falar sobre “Alice no País das Maravilhas”, um livro de Lewis Carrol, carregado de metáforas que, dependendo de quando lemos, traz diferentes reflexões para a vida.Colocarei a seguir um trecho dele.
“Quando Alice estava tomando chá com o Chapeleiro Louco, ela notou que não havia geleia. Pediu então geleia, e ele disse: A geleia é servida dia sim, dia não.
Alice reclamou: Mas ontem também não havia geleia!
Isso mesmo! – respondeu o Chapeleiro Louco.
A regra é esta: Geleia sempre ontem e geleia amanhã. Geleia nunca hoje! Porque hoje não é ontem e nem amanhã! E é assim que você está vivendo… geleia ontem e geleia amanhã, nunca geleia hoje! E é aí que está a geleia!!”
O pequeno trecho do livro nos traz uma profunda reflexão: onde estamos colocando a nossa energia diariamente? Como estamos vivendo? Geleia ontem e geleia amanhã? Passado e futuro?
Será que estamos presos a acontecimentos do passado que nos aprisionam, nos fazendo arrastar bolas de ferro e carregar fardos desnecessários? Ou será que por excesso de preocupação com o futuro, estamos vivendo ansiosos por situações que na maior parte das vezes não acontecerão? Por que hoje fala-se tanto em viver o agora, viver o presente, modernidade líquida?
Aliás, modernidade líquida é um conceito criado por um sociólogo polonês, Zygmunt Bauman e mostra a época em que estamos vivendo, em que as relações sociais, econômicas e de produção são frágeis, fugazes e maleáveis como os líquidos. Tudo muda em uma velocidade assustadora às vezes, sob a menor pressão, mostrando a incapacidade de manter-se no mesmo estado por muito tempo. E se essa velocidade nos traz muitas novidades diariamente, por outro lado pode nos deixar na superficialidade ou de olho no futuro, com toda energia de que dispomos, focada somente no futuro. Ou também pode nos deixar presos a um passado onde parece que a pressa não era o que nos movia.
Respire fundo, sinta e reflita: Você vive o agora? Ou você está preso a um passado que pode ter sido melhor que o que você está vivendo hoje, ou até mesmo preso a acontecimentos ruins? Ou você vive só pensando num objetivo futuro, sem vivenciar as experiências do agora, de corpo e alma presente?
E se amanhã você não estiver mais aqui?
Onde está a sua “geleia”?