Na correria em que vivemos, nós passamos grande parte do tempo preocupados com o futuro, um futuro que nem sabemos se vamos ter. E acabamos não vivendo o presente…

Tem um trecho de uma música do Lenine, Paciência, que diz assim:
“E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara”

E por viver a vida correndo atrás de um futuro que nunca chegará, porque a vida é feita do que está acontecendo agora, a vida é rara…viver é raro.
Falta-nos paciência. Estamos sempre muito ocupados. Atropelamos pessoas, passamos até mesmo por cima das nossas próprias necessidades básicas fisiológicas, em busca de algo que teoricamente não virá. Porque a vida é agora, é este momento em que você está com o jornal em mãos, lendo esta reflexão.

A falta de paciência nos torna muitas vezes, brutos, querendo que tudo aconteça numa velocidade que não nos permite curtir a paisagem do caminho que nos levará onde queremos chegar. E onde queremos chegar, é apenas o destino, não é viver. Viver é trajetória, o “ir”. São os amigos que fazemos, as conversas que temos com eles, as experiências que vivemos, são as mudanças que nos permitem a evolução, são as paradas para o descanso necessário, as respirações mais profundas em alguns momentos, o olhar mais demorado para aquela flor que acabou de abrir, sentir a alegria de ouvir o filho começar a falar, beber da fonte da sabedoria de uma pessoa mais experiente…são tantas coisas que deixamos de viver quando nos falta paciência…

É como viajar como passageiros e dormir, sem curtir a paisagem na janela. Uma vez perdido, aquele momento não voltará. Ou como motoristas, apressados que estamos, acabamos colocando em risco a nossa vida e a dos outros.

A falta de paciência, principalmente quando estamos estressados, a falta de entendimento que os ritmos das pessoas são diferentes, enfraquece os relacionamentos, turva a compreensão de que cada um é como é, diferente, e está tudo bem assim. Temos dificuldades com a espera, com a demora, queremos tudo “para ontem”. Precisamos prestar atenção ao ritmo que estamos dando a nós mesmos. Muitas vezes esse ritmo está nos sufocando, nos matando aos poucos. Nós precisamos de atividades, de descanso, de movimento, de quietude. Precisamos prestar atenção às necessidades que temos e o corpo precisa que essas necessidades sejam atendidas.
Cada etapa precisa ser vivida com presença, plenitude, intensidade, mansidão, com atenção a todas as riquezas que as experiências do momento estão trazendo.
Vamos prestar atenção no agora, na jornada…vamos viver…

Cristie Ochiai

Apresentadora do Programa de TV na Web ConVida

Terapeuta em Constelações Familiares, Hipnose e Thetahealing

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